A ADMINISTRAÇÃO DA FREGUESIA DE MOURAZ

Com a extinção do concelho de seu nome, Mouraz passa a fazer parte do grupo das primeiras paróquias civis criadas em Portugal, sendo hoje, por isso, uma entre as mais antigas freguesias do país.
O liberalismo acabou, como referido anteriormente, por integrar no sistema político a estrutura eclesiástica paroquial em torno da qual se aglutinara durante séculos a população local, mas, nem por isso a paróquia civil deixou de ser uma circunscrição político-administrativa de carácter eminentemente paroquial. Com efeito, mesmo a sucessora da paróquia civil - a freguesia - tem uma génese de cariz religioso; freguesia derivada de filiu ecclesiae, expressão do latim que significa paroquiano.
Os primeiros órgãos administrativos da freguesia de Mouraz, criados na sequência da reorganização administrativa do País delineada em 1830, foram a “Junta de Parochia de Mouraz”, eleita, e um regedor, sendo este nomeado pelo Governador Civil de Viseu sob proposta do administrador do então recém criado concelho de Tondela, que o escolhia entre três nomes indicados pela mesma junta de paróquia.
Num documento datado de 24 de Setembro de 1837 já se afigurava notória a importância dos novos órgãos da freguesia:

«…nesta Igreja de S. Pedro de Mourás aonde eu vim e ahi estava o mto. Rd.º Encomend.º Simão Gonçalves, e todos os Membros da Junta de Paroquia, e Regedor da mesma, e povo para procedermos à Eleição, depois de colhidos os votos de todos os acima nomiados sahirão mais bem votados José Lopes Dias de Mourás com 17 vottos e José António Dias do Carvalhal com 18 os quais elle Encomend.º, Membros da Junta de Paroquia e Regedor da mesma houverão pelos Mordomos do Senhor aos sobreditos e eu Bernardo da Costa Chaves Secretario da Junta de Paroquia e Regedor o escrevemos e assignarão com o Rd.º Paroco».


In Mouraz História e Memórias, António Fernando Dias de Almeida